Mestrado em Comunicação oferece disciplina em parceria com outras cinco universidades

Uma disciplina interprogramas oferecida, simultaneamente, a estudantes das cinco regiões do Brasil. Essa é a ideia da parceria entre seis programas de pós-graduação em Comunicação, no qual o Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PósCom) da Ufes está incluído. O objetivo é oferecer a 42 estudantes do país a disciplina Comunicação e Territorialidades, realizada em formato remoto de março a junho deste ano. A disciplina visa discutir iniciativas e práticas de comunicação realizadas nas periferias de diversas cidades brasileiras.

Na imagem, registro de uma aula do módulo "O pensamento decolonial e a comunicação", ministrada no dia 23 de março.

A iniciativa partiu dos professores Edgard Patrício, da Universidade Federal do Ceará (UFC), e Mara Rovida, da Universidade de Sorocaba (Uniso), que foi uma das primeiras convidadas a participar do podcast PapoCom, produzido pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCom) e pelo grupo de pesquisa PráxisJor, ambos da UFC. As discussões abordaram a comunicação das periferias de cidades como Fortaleza, São Paulo, Boa Vista e Recife.

Patrício lembra que, com o avançar da série de sete episódios, percebeu-se um atravessamento em relação à discussão sobre a comunicação das periferias e os territórios nos quais atuavam as iniciativas. “Daí começamos a pensar na ideia de articular uma disciplina sobre comunicação e territorialidades, partindo do ponto de vista da diversidade dessas iniciativas de comunicação das periferias e, principalmente, tentando mobilizar os programas de pós-graduação de diferentes regiões exatamente para descobrirmos essa diversidade da discussão temática”, analisa.

Oportunidade

A ideia da criação da disciplina foi divulgada em reunião da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação (COMPÓS), e a Ufes aderiu ao projeto. “Nós entramos em contato com o professor Edgard imediatamente, uma vez que a disciplina aborda a área de concentração do PósCom/Ufes. Somos o primeiro programa com área de concentração em Comunicação e Territorialidades do Brasil e a disciplina interprogramas será uma grande oportunidade para debater a temática”, ressalta a coordenadora do PósCom/Ufes, Flávia Mayer.

A professora Daniela Zanetti representa a Universidade no projeto. Ela divide os módulos da disciplina com os professores Tamires Coelho, da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), Paula Melani e Rafael Schoenherr, da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), e Lisiane Aguiar, da Universidade Federal de Roraima (UFRR), além de Edgard Patrício e Mara Rovida.

“É incrível a experiência porque a gente começa a ter um contato direto e real com as questões sociais, econômicas e políticas de outros estados, e vemos muitas coisas em comum com outros colegas. Tem sido muito legal essa troca, tanto para os alunos, que estão tendo ideia das diferenças territoriais e culturais do nosso país, quanto para nós, professores, que fortalecemos redes de integração e pesquisa entre programas”, diz Daniela Zanetti, coautora do livro Comunicação e territorialidades: poder e cultura, que consta da bibliografia da disciplina. A obra foi escrita em parceria com a também professora do PósCom Ruth Reis.

Encontros

A disciplina Comunicação e Territorialidades é oferecida em cinco módulos, cada um sendo ministrado por um professor de universidade parceira. Serão realizados 12 encontros virtuais nas tardes das terças-feiras e outros cinco, nas manhãs de sábado. Durante as aulas de terça, são abordados pontos como geografias da comunicação; ressignificação da noção de periferia; jornalismo nas periferias como fenômeno comunicacional plural e descentralização da noticiabilidade; e fontes de informação. Aos sábados, comunicadores populares, agências comunitárias, iniciativas periféricas e alternativas de comunicação apresentam suas experiências e dialogam com os estudantes.

Segundo Patrício, ajustar o início da oferta da disciplina aos calendários de todos os programas de pós-graduação das universidades parceiras foi uma dificuldade inicial, devido às diferenças nas datas de cada instituição por causa das adaptações ocasionadas pela pandemia da covid-19. “Mas conseguimos articular esses programas e definir dias e horários únicos para acontecerem as aulas da disciplina”, afirma.

 

Texto: Adriana Damasceno
Edição: Thereza Marinho

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