O Mercado de Trabalho para Jornalistas no Espírito Santo
Nome: DEBORA SONEGHETI BONICEGNA
Data de publicação: 22/12/2023
Banca:
Nome | Papel |
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GUILLERMO NESTOR MASTRINI | Examinador Interno |
JANAINA VISIBELI BARROS | Examinador Externo |
RAFAEL BELLAN RODRIGUES DE SOUZA | Presidente |
Resumo: O objetivo desta pesquisa é investigar as características do mercado de
trabalho para jornalistas no Espírito Santo. Para tanto, realizamos entrevistas
com 13 gestores de empresas e organizações que empregam jornalistas no
estado: empresas privadas, empresas estatais, no setor público e em
entidades sem fins lucrativos. Buscamos entender quais são as possibilidades
de atuação para o trabalhador hoje, como elas se conectam (ou se
desconectam) do ethos tradicional da profissão; e como o contexto da
chamada ‘nova economia’, que configura uma nova morfologia do trabalho
para todos os trabalhadores, impacta a realidade do jornalista. Para tratar de
jornalismo, trabalho e território, os capítulos navegam pelos três campos: o da
teoria do jornalismo, o da sociologia do trabalho e o da territorialidade,
destacando também o condicionamento histórico de todos os processos
estudados ao sistema de reprodução sociometabólico do capital, questão
transversal em toda a investigação. Com a contribuição da obra de Adelmo
Genro Filho, escolhemos falar sobre jornalismo numa perspectiva ontológica,
histórica-materialista, que o entende como uma forma de conhecimento
cristalizada no singular com potencial crítico-emancipatório. Para além do
debate ontológico, realizamos uma revisão bibliográfica de pesquisas sobre a
atualidade e os desafios no mundo do trabalho dos jornalistas em meio às
mudanças tecnológicas e aos fenômenos sociais, como o Perfil do Jornalista
Brasileiro. Analisamos o conteúdo das entrevistas com base em categorias
temáticas conforme Bardin, sem perder de vista a bagagem crítica e teórica
da pesquisa. Encontramos características que definem o mercado capixaba
como um um território de disputas e contradições, cuja configuração afasta o
jornalista do fazer e da ética originais da profissão, gerando um processo de
reificação e estranhamento. Em concordância com a realidade nacional,
chegamos a um cenário de diminuição progressiva dos postos de trabalho nas
redações, um enxugamento cada vez maior das equipes como consequência
dos impactos econômicos da crise do jornalismo e da crise estrutural do
capital. Assim, a assessoria de imprensa, o marketing, as redes sociais e a
comunicação para empresas aparecem como alternativas para que os
jornalistas capixabas possam seguir atuando com uma atividade que se
aproxime do jornalismo, mesmo que em função dos interesses das
corporações.
Palavras-chave: Jornalismo, Comunicação e trabalho, Mercado de trabalho