DISPUTA NO TERRITÓRIO: ANÁLISE DO DISCURSO CRÍTICA DA COBERTURA
JORNALÍSTICA DO GAZETA ONLINE (2017-2019) SOBRE O PARQUE TECNOLÓGICO DE VITÓRIA

Nome: MÁYRA BELEM TAVARES DE BRITO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 21/03/2022
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
RAFAEL DA SILVA PAES HENRIQUES Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
MICHELINE MATTEDI TOMAZI Examinador Externo
RAFAEL DA SILVA PAES HENRIQUES Orientador
RUTH DE CÁSSIA DOS REIS Examinador Interno

Resumo: Desde o início dos anos 1990, Vitória discute a instalação de um parque tecnológico que, argumentam seus defensores, trará maior dinamização à economia local. Todavia, o empreendimento ainda não se concretizou, configurando um imbróglio que se acirrou nos últimos dois anos, por causa da definição sobre o uso do terreno destinado à sua instalação, se exclusivo ou incluindo também residências. Na reformulação do Plano Diretor Urbano (PDU) 2018-2028, inicialmente, defendia-se a primeira opção e, posteriormente, estiveram, de um lado, pesquisadores, universidades e empreendedores que defendem o investimento em ciência, tecnologia e inovação (CTI) e, de outro, agentes públicos que personificam a pouca consistência de políticas de desenvolvimento dessa área no município. Essa reviravolta manteve o uso misto do terreno – pequeno, em comparação com outros parques tecnológicos no Brasil –, tornando-se lei. A emenda que manteve o uso misto, todavia, posteriormente foi suspensa pelo Tribunal de Justiça do Espírito Santo. Sendo a comunicação um dos elementos fundamentais para o funcionamento efetivo de sistemas de inovação, como preconiza a teoria das hélices, esta investigação analisou as relações de poder que perpassaram os discursos em torno do Parque Tecnológico de Vitória no período 2017-2019. De caráter exploratório e abordagem qualitativa, a pesquisa se constitui em uma análise de discurso crítica (ADC), realizada nos moldes do proposto por Fairclough (2001). O corpus constituiu-se de 31 textos publicados pelo portal Gazeta Online, os quais, foram mapeados em três categorias principais: expectativa pela construção do Centro de Inovação, marco-zero do Parque Tecnológico de Vitória (2017); intensificação do embate em torno da modalidade de uso do terreno no âmbito da discussão do novo PDU (2018) e desdobramentos após a aprovação do novo PDU (2019). Do conjunto, sete textos, todos classificados como unidades informativas, foram submetidos à ADC, recebendo, portanto, um olhar mais aprofundado, buscando analisar a prática discursiva, a prática textual e, ainda, o discurso como prática social. A análise permitiu constatar um retrocesso ainda maior na viabilização do projeto após a votação do PDU 2018-2028. Notamos que os textos publicados pelo Gazeta Online se restringiram ao papel de noticiar os fatos sobre o embate, que não se limita ao planejamento e construção de prédios para o PTV. Nos textos, o debate mostrou-se reduzido ao conflito de interesses entre grupos, sem alcançar a dimensão que o tema abrange e incorpora, passando ao largo da discussão sobre a importância do tema CTI no contexto contemporâneo. Entendemos que a efetivação do PTV tende a ficar comprometida enquanto a sociedade como um todo – setor governamental de várias esferas e instâncias, setor produtivo e população em geral – não se engajar na pauta CTI tendo como fim o desenvolvimento da coletividade. Nesse sentido, a comunicação, somada com os elementos da tríplice hélice, é parte fundamental no processo de orquestração e desenvolvimento do ecossistema de inovação.
Palavras-chave: jornalismo; territorialidades; análise de discurso crítica; parque tecnológico; tríplice hélice;

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