TERRITORIALIDADES SONORAS DO CAMPUS DE GOIABEIRAS DA UFES
Nome: CONSTANTINO GABRIEL BUTERI NETO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 13/12/2021
Orientador:
Nome | Papel |
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VIVIANA MÓNICA VERMES | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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ERLY MILTON VIEIRA JUNIOR | Examinador Interno |
PEDRO SILVA MARRA | Examinador Externo |
VIVIANA MÓNICA VERMES | Orientador |
Resumo: A presente pesquisa trata sobre as sonoridades das festas produzidas por universitários dentro do Campus de Goiabeiras na Universidade Federal do Espírito Santo, explorando o papel da música, executada ao vivo ou por meios digitais ou eletromecânicos, na reconfiguração de um espaço formal, institucionalmente constituído, em outro, mais efêmero, de existência no campo dos afetos e significados simbólicos. A partir da observação de dois dias de festa, realizada em março de 2020, aliada a gravações de som em campo e entrevistas a participantes, compõe-se um caso a partir do qual buscamos uma reflexão sobre essas práticas e suas relações com os espaços públicos urbanos, levando em conta a atuação em rede de seus membros na apropriação criativa do espaço institucional, transformando-o em um espaço de sociabilidade que aproxima estudantes, professores, funcionários e público externo. Determinados espaços do campus ganham um significado particular em Vitória, no período de 2001 a 2020, sincronizadas com uma cena musical underground oscilante, que entre êxitos e fracassos tem dificuldade de alcançar e sustentar reconhecimento. Esta efervescência musical local encontra no campus universitário seu espaço de expressão e fonte de recursos e informação, desde banheiros, bebedouros, eletricidade, abrigo da chuva, murais, emissora de rádio, cinema e um público frequentador aberto a novidades, criando conexões entre a Ufes e Vitória disparadas por circuitos artísticos e culturais. Contudo estas atividades foram criticadas por parte da comunidade acadêmica e da opinião pública, apontando uma série de incômodos associados às festas no campus, situação que teve como consequência disputas entre os seguimentos que defendem a continuidade destas atividades e os que as condenam. Para uma melhor compreensão desta configuração ímpar do espaço público, cercada de disputas e polêmicas, esta pesquisa se baseia nos conceitos de territórios acústicos, campanhas sonoras e regimes auditivos desenvolvida por J. Martin Daughtry (2015) a partir de uma reformulação do conceito de paisagem sonora por R. Murray Schafer (2001). A análise dos materiais utilizados indica que o Campus de Goiabeiras, mesmo considerando as polêmicas em torno de incidentes ocorridos em festas e a depreciação por parte da imprensa local, se mantém enquanto um importante espaço de expressão artística e cultural. Talvez a diversidade seja a maior característica das festas realizadas no Campus de Goiabeiras e por isso não podemos conceituar uma festa típica. No caso em questão existem indicações que as festas no campus podem carregar um potencial de manifesto e engajamento social. Palavras-chave: festas universitárias, campus universitário, paisagens sonoras, espaços de sociabilidade, movimentos sociais