Defesa de dissertação de Mestrado

Mestrando(a):  Yara Karolinne Sousa Lopes
Título: “O enquadramento jornalístico da violência contra a mulher na Gazeta ES”
Data:  30/08/2021
Horário: 17:00
Plataforma virtual:  https://www.youtube.com/observatoriomidia

Banca Examinadora: 
Prof. Dr. Rafael Bellan Rodrigues de Souza (Orientador - PÓSCOM/UFES)
Prof. Dr. Rafael da Silva Paes Henriques (Membro interno - PÓSCOM/UFES)
Profa. Dra. Paula Melani Rocha (Membro externo - PPGJOR/UEPG)

Resumo: O trabalho levanta uma discussão em relação ao que a imprensa brasileira apresenta nas matérias de violência contra a mulher que veicula, observando o enquadramento que é feito. A intenção foi analisar o conteúdo, a fim de entender se pautar o já significaria uma vitória para as lutas de gênero, com um rompimento da hegemonia machista, patriarcal e misógina existente na sociedade em contexto capitalista, ou se os textos trazem na verdade uma manutenção da hegemonia e do status quo. Foi buscado também entender como se dá o trabalho das mulheres que criam este conteúdo, para ver os dois lados dessa história e chegar a uma compreensão mais ampla dos resultados que chega ao público, fazendo entrevistas com repórteres que atuam e atuavam no veículo de comunicação. Assim, foram analisadas 20 matérias da Gazeta, 12 de 2019, em sua maioria no caderno policial, e 8 de uma nova editoria criada pelo jornal chamada Todas Elas, que segundo o que foi publicado por eles tem como objetivo fazer uma abordagem diferente dos assuntos de gênero. Para buscar essa compreensão, fez-se primeiro um panorama sobre jornalismo, poder, hegemonia e contra-hegemonia na sociedade capitalista, a partir de Genro Filho (2012), Moraes (2018), Kohan (2001) e Coutinho (2008). A partir de Entman (1993), analisamos as matérias sob a ótica do enquadramento jornalístico, ou News framing. Para embasar a análise em relação ao gênero, utilizamos o feminismo marxista com autoras como Davis (2016) e Gago (2020). No caso do trabalho e em especial do trabalho das jornalistas, autores como Marx (2017) e Fígaro (2015) nortearam o trabalho. A partir da análise de enquadramento, ou news framing, e das entrevistas feitas com as mulheres percebeu-se que ainda existe reprodução de traços machistas, racistas e classistas nas matérias sobre violência contra a mulher, mas que isso é resultado tanto dos interesses que existem no veículo de massa quanto da própria socialização das pessoas, inclusive as trabalhadoras. Mas que mesmo com este resultado, é possível acreditar em novos caminhos e possibilidades de produzir um conteúdo diferente e transformador.

Palavras-chave: mídia; jornalismo; hegemonia; violência contra a mulher; gênero.
 

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