Defesa de dissertação

Mestrando(a):   Guilherme Paulino Gonçalves
Título: DISCURSOS SOBRE A JUVENTUDE PERIFÉRICA EM PUBLICIDADES DE PROGRAMAS SOCIAIS DO GOVERNO DO ESPÍRITO SANTO

Data:   08/07/2022
Horário: 14:00

Sala: 3  

Banca Examinadora
Profa. Dra. Flavia Mayer dos Santos Souza (Orientadora- PÓSCOM/UFES)
Profa. Dra. Cicilia Maria Krohling Peruzzo (Membro interno - PÓSCOM/UFES)
Profa. Dra. Patrícia Gonçalves Saldanha (Membro externo - PPGMC/UFF).

Linha de pesquisa: Estéticas e Linguagens Comunicacionais.

Resumo: A publicidade, por meio das linguagens, reconstrói o vivido, articula visões de mundo, seleciona fragmentos das vivências da juventude e dilui no senso comum afirmações axiológicas sobre esse grupo. O Governo do Espírito Santo tem recorrido à publicidade para divulgar iniciativas que, em tese, destinam-se a amparar os jovens e promover a segurança publica. O objetivo da investigação é analisar a produção de sentido sobre a juventude periférica em publicidades de programas sociais que, na classificação do Governo do Estado, se encontra em situação de vulnerabilidade. O estudo qualitativo se caracteriza como descritivo e explicativo, com uso da pesquisa bibliográfica e documental. O corpus é composto pelos vídeos publicitários de lançamento das iniciativas Ocupação Social (2016) e Estado Presente (2018). Por percurso teórico-metodológico, utiliza a sociossemiótica, com contribuições de Landowski (1992; 2012;2014; 2017), Greimas e Courtés (2008) e Barros (2011). Tem como suporte teórico os estudos contemporâneos de publicidade (TRINDADE, 2012; ZOZZOLI, 2007; 2010) e dos conceitos de publicidade social (ALVARADO LÓPEZ, 2005; 2009; BALONAS, 2013; SALDANHA, 2018; 2019), em diálogo com os estudos de territorialidades (HAESBAERT, 2007; SAQUET, 2015). Compreendendo que o fazer publicitário reflete e refrata a realidade, os anúncios dos programas em questão reiteram os estereótipos correntes na mídia sobre a juventude periférica. É construído o sentido de periferia enquanto lugar disfórico, reforçando o sentimento de medo perante esse lugar. Ambos os discursos são elaborados sobre a oposição semântica /vida/ versus /morte/. Há incitação para que os jovens se movam, embora também haja significações de cercamento e vigilância por parte do Governo do Estado. O enunciador, com seu poder-fazer, doa a possibilidade desses jovens transformarem a própria vida por meio das restritas oportunidades de lazer e capacitação profissional. As publicidades sugerem relações de poder conflituosas, com promessas de futuro melhor cujos contornos são indefinidos. Tal como foram  elaboradas, as publicidades atuam na manutenção das hegemonias sociais. De modo a escapar das repetições estereotípicas e ser, de fato, uma publicidade que emancipe os cidadãos, torna-se primordial inverter o gradiente, permitindo que os jovens enunciem sobre si mesmos e, por meio da publicidade social de interesse público, levar a população do Estado a sentir como se fossem seus os problemas do grupo em foco.

Palavras-chave: Publicidade social. Publicidade governamental. Juventude de periferia. Territorialidades. Semiótica.

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