Defesa de dissertação

Mestrando(a):  Constantino Gabriel Buteri Neto
Título: “Territorialidades Sonoras do Campus de Goiabeiras”
Data:  13/12/2021
Horário: 09:30
Plataforma virtual:  https://meet.google.com/ayb-junk-vaa

Banca Examinadora: 
Profa. Dra. Viviana Mónica Vermes (Orientadora- PÓSCOM/UFES)
Prof. Dr. Erly Milton Vieira Junior (Membro interno - PÓSCOM/UFES)
Prof. Dr. Pedro Silva Marra (Membro externo - PPGCOM/UFOP)
 

Linha de pesquisa: Estéticas e Linguagens Comunicacionais

Resumo: A presente pesquisa trata sobre as sonoridades das festas produzidas por universitários dentro do Campus de Goiabeiras, um entre os cinco campi que compõem a Universidade Federal do Espírito Santo, explorando o papel da música, executada ao vivo ou por meios digitais ou eletromecânicos, na reconfiguração de um espaço formal, institucionalmente constituído, em outro, mais efêmero, de existência no campo dos afetos e significados simbólicos. A partir da observação de dois dias de festa, realizadas em março de 2020, aliada a gravações de som em campo e entrevistas à participantes, buscamos proporcionar uma descrição detalhada destas práticas e suas relações com os espaços públicos urbanos, percebendo como estas se caracterizam pela atuação em rede de seus membros na apropriação criativa do espaço institucional, transformando-o em um espaço de sociabilidade que aproxima estudantes, professores, funcionários e público externo. A Ufes, criada pelo governador Jones do Santos Neves em 1954, mantida e administrada pelo governo do Estado, teve sua federalização, por volta de 1967, intimamente relacionada ao Plano Atcon, um projeto internacional de Universidade a ser aplicado na América Latina. Estudos do campo da arquitetura apontam que a Ufes foi a única a receber uma consultoria específica de Rudolph Atcon, sendo, posteriormente, considerada por ele como um dos modelos físicos de suas ideias.” (INHAN et al, 2016) Determinados espaços do campus ganham um significado particular em Vitória, no período de 2001 a 2020, sincronizadas com uma cena musical underground oscilante, que entre êxitos e fracassos tem dificuldade de alcançar e sustentar reconhecimento. Esta efervescência musical local encontra no campus universitário seu espaço de expressão, fonte de recursos e informação, desde banheiros, bebedouros, eletricidade, abrigo da chuva, murais, emissora de rádio, cinema e um público frequentador aberto a novidades, criando conexões entre a Ufes e Vitória  disparadas por circuitos artísticos e culturais. Contudo estas atividades foram criticadas por parte da comunidade acadêmica e da opinião pública, apontando uma série de incômodos associados às festas no campus, situação que teve como consequência disputas entre os seguimentos que defendem a continuidade destas atividades e os que as condenam. Propomos uma compreensão desta questão a partir do conceito de paisagem de sonora, cuja popularização é em grande parte atribuída ao compositor e educador musical Murray Schafer. Cientes das diversas críticas que o conceito tem recebido, desde sua criação no início dos anos de 1970 e ao longo de sua existência, propomos uma discussão da sua viabilidade à luz de trabalhos recentes que reformulam este polêmico conceito.

Palavras-chave: festas universitárias, campus universitário, apropriação do espaço, sonoridades, sociabilidades.
 

 

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