Territórios do envelhecimento feminino: corpo e aparência na série And Just Like That
Nome: CLAUDIA GARCIA
Data de publicação: 14/08/2025
Banca:
Nome |
Papel |
|---|---|
| ARTHUR FELIPE DE OLIVEIRA FIEL | Examinador Interno |
| BELTRINA DA PURIFICAÇÃO DA CÔRTE PEREIRA | Examinador Externo |
| GABRIELA SANTOS ALVES | Presidente |
Resumo: Esta dissertação investiga as estratégias
narrativas – técnicas, visuais e verbais – utilizadas na série de
televisão And Just Like That para abordar as problemáticas relacionadas à
aparência do corpo e às pressões estéticas vivenciadas por mulheres na
faixa dos 50 anos. A pesquisa parte da compreensão do corpo feminino
envelhecido como território simbólico e político, atravessado por normas
sociais, estéticas e de gênero, e propõe uma análise interseccional das
representações da velhice feminina no audiovisual. O estudo se insere no
campo da comunicação e das territorialidades, articulando os conceitos de
corpo-território (Haesbaert, 2004), corpo como capital (Goldenberg, 2011),
moral da pele lisa (Sibilia, 2012), estética do liso (Han, 2019), mito da
beleza (Wolf, 1991) e idadismo (OPAS, 2022), além das contribuições de
autoras como Susan Sontag, Guita Debert, Patricia Hill Collins, Alda Britto
da Motta, Linn Sandberg e Julia Twigg. A metodologia combina a análise de
narrativa seriada com técnicas de análise fílmica (Penafria; Moura),
focando em cenas selecionadas das duas primeiras temporadas da série, com
atenção especial à construção visual das personagens, aos arcos
narrativos e ao figurino como recurso expressivo de identidade e
visibilidade. Também são mobilizadas as categorias de mitos e estereótipos
do envelhecimento propostas por Assis et al. (2023). Ao refletir sobre os
modos como a série representa a velhice feminina – ora reforçando
padrões excludentes, ora abrindo brechas para resistências –, esta
pesquisa contribui para o debate sobre gênero, idade e visibilidade no
audiovisual contemporâneo, propondo uma leitura crítica das
multiterritorialidades do envelhecimento e da aparência como superfície de
disputas simbólicas e políticas.
