Amor como Política, Espiritualidade Anticolonial e suas Cartografias Afetivas
Nome: ROGER GOMES GHIL
Data de publicação: 25/08/2023
Banca:
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Papel |
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ANA CLAUDIA BORGES CAMPOS | Examinador Interno |
ERLY MILTON VIEIRA JUNIOR | Examinador Interno |
GABRIELA SANTOS ALVES | Presidente |
JOÃO BARRETO DA FONSECA | Examinador Externo |
SERGIO RODRIGO DA SILVA FERREIRA | Examinador Interno |
Resumo: A partir da obra cinematográfica de longa-metragem Atlantique (Mati Diop; Bélgica, França e
Senegal; 2019), analisada sob a ótica da corrente filosófica Oxunismo (AKOTIRENE, 2019),
investigaremos como são criados espaços perecíveis de liberdade (BRASILEIRO, 2022) no
contexto colonial necropolítico e epistemicida (MBEMBE, 2018) através de uma política de
intimidade interespecífica que desenvolve a presença de um “olhar opositor” (HOOKS, 2019),
o acesso à memória (FERREIRA DA SILVA, 2019) e à ancestralidade (lembrança), e agenciam
uma performance anticolonial feminina que reivindica, estetiza, gesta e concebe novos
territórios (cartográficos e afetivos) diaspóricos e ecológicos (GRIJALVA, 2020). Apontamos
que pensar o território a partir do corpo negro é entender que este corpo - devido a sequestros
e diásporas – assume o papel de abrigo da ancestralidade que, ao ser acessada pelos processos
de intimidade (SOMÉ, 2007) com essas espiritualidades anticoloniais aponta a forja de uma
nova história. Propomos, ainda, a primordial função das mulheres negras e das práticas
amorosas como gestos de cura (HOOKS, 2020), no movimento de manutenção da memória
dentro dos processos migratórios. A partir de uma epistemologia e metodologia livre e
despossuída (HARVEY, 2014), torna-se fundamento teórico a vida cotidiana, o que possibilita
a aproximação com a diretora da obra (FREITAS, 2021) e a incorporação espelhada de uma
cartografia afetiva que nos transborda em cinema.