ARREDA HOMEM QUE AÍ VEM MULHER: Corpo em encruzilhada de gêneros nas performances ancestrais das pombagiras

Nome: MAURILIO MENDONÇA DE AVELLAR GOMES
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 17/08/2022

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ERLY MILTON VIEIRA JUNIOR Orientador
GABRIELA SANTOS ALVES Examinador Interno
TAMIRES FERREIRA COÊLHO Examinador Externo

Resumo: Esta pesquisa parte do estudo da comunicação do corpo quando incorporado por entidades ancestrais que se apresentam nas giras da Umbanda. Um corpo que é territorializado, desterritorializado e reterritorizalizado a cada manifestação, sendo mídia para que cada entidade possa se comunicar. A partir de uma pesquisa de campo, associada a oito entrevistas abertas semiestruturadas, feitas com homens que são umbandistas e realizadas durante os meses de março e maio de 2022, esta dissertação busca identificar e analisar a comunicação da entidade pombagira quando incorporada nos corpos masculinos, durante a performance ancestral, por ser a entidade apontada pelos entrevistados como a que traria um número maior de elementos classificados por eles como sendo femininos. Mas, antes, ouvimos dos entrevistados como eles percebem e identificam a presença de outras entidades, o que ajudou a encontrar o que fica armazenado ou registrado neles e por eles após diferentes experiências de incorporação, por meio de uma comunicação dialógica, sensorial e sensível. Como nem todos mantêm essa relação com a pombagira, o estudo ainda aponta alguns dos motivos que impedem ou dificultam a comunicação dessa entidade em parte dos entrevistados, considerando tanto a experiência deles quanto o que eles trazem de conhecimento sobre o que é ser masculino e feminino em nossa sociedade. Esta dissertação parte de um olhar sobre a Ancestralidade (OLIVEIRA), sobre a Comunicação (DRAVET; SODRÉ) e sobre o Corpo, nas discussões do corpo em performance (MARTINS); como território (MIRANDA) e como encruzilhada (RAMOS), aproximando os caminhos apontados tanto pelas referências bibliográficas quanto pelos relatos dos participantes da pesquisa. O estudo também dialoga com o sensível (LE BRETON), com as questões de gênero (LAURETIS; NASCIMENTO; OYĚWÙMÍ), e com Exu, o mensageiro dos Orixás, aquele que domina a comunicação. É Exu quem nos guia durante o percurso, regurgitando a transformação necessária para limpar o carrego colonial (RUFINO) que ainda nos cerca e afastar de vez o mal olhado
que o patriarcado insiste em manter.
Palavras-chave: comunicação; corpo; gênero; ancestralidade; pombagira.

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