MÍDIAS FEMINISTAS E O #ELENÃO: Movimento social de mulheres e as Eleições de 2018
Nome: ALENA MOREIRA MENEGUSSO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 27/08/2021
Orientador:
Nome | Papel |
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GABRIELA SANTOS ALVES | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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GABRIELA SANTOS ALVES | Orientador |
LÍVIA DE AZEVEDO SILVEIRA RANGEL | Examinador Externo |
RUTH DE CÁSSIA DOS REIS | Examinador Interno |
Resumo: m um cenário político turbulento, próximo ao primeiro turno das eleições presidenciais de 2018, usuárias das redes sociais lançaram a campanha #EleNão. Impulsionado inicialmente pelas mulheres, o movimento #EleNão passou a abarcar um grupo bastante heterogêneo de pessoas, coletivos e mídias com posicionamentos políticos distintos. O movimento feminista latinoamericano tem sido combativo no que diz respeito à violência contra a mulher e ao que se convencionou chamar de cultura do estuproe está conectado à onda crescente de coletivos feministas que estão presentes no ambiente online, e também nos protestos offline. Inserido nesse contexto do movimento #EleNão, estão o que convencionamos chamar de mídias feministas. Nossa hipótese é a de que diante da sub-representação feminina nos âmbitos institucionais da política, o movimento feminista buscou outras maneiras de se articular: os coletivos feministas contemporâneos vêm se apoderando das ferramentas tecnológicas, de novas plataformas de comunicação no território das redes. Sendo assim, nosso projeto fundamenta-se num quadro teórico que recorre a autores como Silvia Federici, Titi Bathacharia, bel hooks, Ângela Arruda, Céli Regina Pinto, Iris Marion Young, Nancy Fraser, entre outras. As mídias feministas surgem a partir de coletivos de mulheres que se identificam com diversas correntes do pensamento feminista, em que notamos as seguintes características: 1) Atuação no meio online (e não raro também offline, em protestos de rua e ocupações urbanas) produzindo e compartilhando textos, imagens e lançando mão de campanhas pró-feministas, presentes em diversas plataformas e sites de redes sociais; 2) Ação coletiva e colaborativa: no geral mantém o quadro de participantes aberto a possíveis contribuições, como enviar textos ou postagens a serem publicadas; 3) Posicionam-se como uma causa política e sem fins lucrativos. Em contraposição a discursos conservadores, as mídias feministas têm utilizado as plataformas tecnológicas para disseminar conhecimento, produzindo e compartilhando reflexões acerca da condição feminina. Portanto, nessa dissertação delineamos a atuação de três coletivos feministas, Catarinas, Feminismo sem Demagogia e Blogueiras Feministas e as narrativas produzidas pelas mesmas sobre o movimento #EleNão. Em conclusão, destacamos a importância da produção e compartilhamento de conhecimentos a partir de experiências, a autoreflexão dos coletivos sobre o movimento, e o fortalecimento das pautas feministas a partir de uma perspectiva de interseccionalidade que propulsiona as demandas de gênero, raça e classe em contraposição às políticas e discursos do entãocandidato e atual presidente do país.
Palavras-chave: Feminismo. Movimento feminista. Mídias Feministas.