Defesa de dissertação
Mestrando(a): Maíra Mendonça Cabral
Título: “A cobertura jornalística dos programas de segurança pública do Espírito Santo”
Data: 30/08/2022
Horário: 14:00
Link: https://meet.google.com/qoh-kdbh-ron
Banca Examinadora:
Prof. Dr. Rafael da Silva Paes Henriques (Orientador- PÓSCOM/UFES)
Profa. Dra. Ruth de Cássia dos Reis (Membro interno - PÓSCOM/UFES)
Profa. Dra. Márcia Benetti Machado (Membro externo - PPGCOM/UFRGS)
Linha de pesquisa: Comunicação e Poder.
Resumo: Esta pesquisa tem o objetivo de analisar a cobertura do jornal impresso A Gazeta, entre os anos de 2011 e 2018, sobre os programas de Segurança Pública desenvolvidos pelo governo do Espírito Santo ao longo de duas gestões do Poder Executivo estadual: o Estado Presente em Defesa Pela Vida e o Ocupação Social, que nascem com o propósito de atuar tanto no eixo da repressão policial quanto no eixo da prevenção, por meio de iniciativas na área social para reduzir a violência em bairros considerados altamente violentos do Estado. Entendendo o jornalismo como um território discursivo, capaz de influenciar o modo como as pessoas enxergam seu espaço e seu tempo, utilizamos a Análise Crítica do Discurso (ACD), a partir do modelo tridimensional proposto pelo autor inglês Norman Fairclough, tanto para o embasamento teórico quanto como ferramenta metodológica da pesquisa, a fim de desvendar os sentidos que circulam a partir dos enunciados jornalísticos. O corpus de análise é composto por 241 textos, publicados em A Gazeta entre 01 de janeiro de 2011 e 31 de dezembro de 2018, anos que marcam o início e o fim da implantação das políticas públicas de segurança durante a gestão dos governadores Renato Casagrande (PSB) e Paulo Hartung (MDB). Concluímos que a principal contribuição do jornal ao longo do período analisado é a formulação do sentido que o combate à violência precisa ir além da dimensão policial, dando conta também de suprir as demandas sociais, que historicamente contribuem para o aumento da criminalidade. No entanto, ao privilegiar o discurso do governo, que aparece como principal enunciador nas notícias, o jornalismo não só legitima as ações do estado, endossando majoritariamente um raso discurso sobre intersetorialidade nas políticas públicas, como, ao mesmo tempo, restringe a participação da população, especialmente dos grupos que são diretamente afetados pela implantação das políticas de segurança. O forte atrelamento da cobertura à dinâmica das relações políticas, que tem a disputa entre gestões como centro, leva a uma ausência de polifonia. Além disso, o jornalismo não chega a acompanhar, cobrar e investigar os resultados da implantação dessa política. Com isso, deixa de cumprir finalidades como a de ser plural, de dar voz aos menos privilegiados social e economicamente e atuar em favor da cidadania.