ARQUEOLOGIA HOMOERÓTICA DE A CRUZ NA PRAÇA: UM FILME DESAPARECIDO DE GLAUBER ROCHA [1959]
Nome: FABRICIO FERREIRA FERNANDES
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 31/03/2017
Banca:
Nome | Papel |
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ERLY MILTON VIEIRA JUNIOR | Examinador Interno |
GABRIEL MENOTTI MIGLIO PINTO GONRING | Orientador |
JOSÉ SOARES GATTI JUNIOR | Examinador Externo |
Resumo: Esta dissertação se arrisca na produção de uma arqueologia para o curta-metragem A Cruz na Praça (1959), de Glauber Rocha um filme desaparecido na história do cinema brasileiro. Nesta arqueologia pretende-se a retomada de um período em que Glauber Rocha havia concluído seu primeiro filme, Pátio (1959), e, no mesmo ano, filmado A Cruz na Praça ambos são projetos que antecedem a realização do seu primeiro longa-metragem Barravento (1961). Neste estudo faz-se um exercício arqueológico com três movimentos de pesquisa. Primeiro, uma historiografia homoerótica a partir de relatos da prática da pegação na década de 1950 e início de 1960, a partir de registros literários, pesquisas etnográficas e representações de personagens homoeróticos no cinema brasileiro, em períodos próximos ao da produção do curta a A Cruz na Praça. Um segundo passo é dado com a retomada da biografia de Glauber Rocha na primeira fase do movimento Cinema Novo, entre 1955 e 1959, situando a experiência literária, ensaística, jornalística, teatral e cinematográfica de um cineasta pré-Barravento, seu primeiro longa-metragem. O terceiro e último movimento é a produção da arqueologia do curta-metragem A Cruz na Praça. Nessa fase realiza-se o levantamento de fragmentos sobre o objeto desta pesquisa, a partir de um exercício de compreensão sobre o inacabamento e o desaparecimento do copião de um filme que teria como tema a perambulação homoerótica na Bahia de 1959 tema historicamente transgressor, de confronto à hegemonia heteronormativa.