A cobertura do jornal A Gazeta sobre a titulação de comunidades remanescentes de quilombos (1988-2017)

Nome: GIRLEY VIEIRA DA SILVA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 07/05/2019
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
DANIELA ZANETTI Co-orientador
PATRÍCIA GOMES RUFINO ANDRADE Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
SANDRO JOSE DA SILVA Suplente Externo

Páginas

Resumo: Esta pesquisa, realizada no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Territorialidades da Universidade Federal do Espírito Santo, está inserida na Linha de Pesquisa Comunicação e Poder. Trata-se de estudo na área de Comunicação e Política com o intuito de analisar a participação do jornal A Gazeta, empresa pertencente ao maior grupo de comunicação do Espírito Santo, na dinâmica do poder social em torno da disputa por áreas quilombolas no interior do estado. Embora a titulação de territórios quilombolas seja um direito garantido aos remanescentes de quilombos desde a promulgação da Constituição Federal, em 1988, nenhuma área foi destinada até a conclusão desta pesquisa. Entretanto, somente o início dos processos visando à efetivação desse direito foi suficiente para gerar reação de grupos ideologicamente contrários, que passaram a ocupar e mobilizar instrumentos importantes de exercício de poder social, como o Estado e a imprensa, para garantir a preservação de seus interesses. E foi a essa reação que este trabalho direcionou o seu olhar, especialmente às notícias e reportagens publicadas por A Gazeta no ano de 2007. Para a realização das análises desse corpus composto por 12 ocorrências apoiamo-nos, principalmente, no arcabouço teórico-metodológico do enquadramento noticioso (framing analysis). A partir da análise dos referidos textos jornalísticos foi possível perceber que o espaço de visibilidade midiática construído em torno dessa temática privilegiou ideias e sujeitos contrários à titulação de territórios quilombolas, sobretudo por meio da produção e veiculação de enquadramentos do tipo economicistas, que atribuem à execução dessa política direcionada a uma minoria étnico-racial possíveis prejuízos sociais e financeiros. Além disso, ao tempo que deu saliência aos enquadramentos favoráveis aos sujeitos integrantes do grupo hegemônico envolvido na disputa (latifundiários e multinacionais do agronegócio), o jornal também silenciou argumentos dos quilombolas – os quais identificamos a partir da realização de entrevistas com lideranças desse grupo – fundamentais para a justificativa da titulação relacionados à cultura e à ancestralidade, bem como a dinâmica de uso da terra como espaço de produção de identidades e subjetividades próprias das comunidades. Palavras-chave: Titulação de Territórios Quilombolas. Imprensa. A Gazeta (jornal). Enquadramentos noticiosos.

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