Besides the Screen discute os avanços da comunicação de 9 a 12 de setembro

Inteligência Artificial & Ficções Algorítmicas é o tema da nona Conferência Internacional Besides the Screen, que ocorre na Ufes, de 9 a 12 de setembro. O evento discutirá o que há de mais moderno e inovador no cinema e no universo gamer, por meio de palestras nacionais e internacionais, apresentação de artigos científicos, oficinas profissionalizantes e mostra de cinema e novas mídias, com obras que exploram processamento computacional, interfaces audiovisuais, animação algorítmica, visualizações de sons e dados, vídeo-ensaios, experiências narrativas e sensoriais em realidade mista e videogame.

O evento é aberto ao público em geral e as inscrições em todas as atividades são inteiramente gratuitas. Haverá tradução simultânea nas palestras internacionais e certificado para os participantes. As inscrições para as palestras estão abertas! (clique aqui)

Para o professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Territorialidades (PósCom-Ufes) Gabriel Menotti, que atua como curador e coordenador da Rede Besides the Screen, o evento é um “festival sobre cinema como experimentação tecnológica, que apresenta trabalhos audiovisuais experimentais que se engajam crítica e criativamente com as infraestruturas de produção, distribuição e exibição da imagem em movimento”.

Após passar por Vitória, a Conferência Besides the Screen segue para o Museu da Imagem e do Som, em São Paulo, em 14 e 15 de setembro.

O evento é realizado pela rede Besides the Screen e a Produtora Ventania, e conta com apoio institucional da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), King's College London, Goethe-Institut, TV Gazeta e Museu da Imagem e do Som (MIS). E é presentado pela Secretaria Especial da Cultura, do Ministério da Cidadania e pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul – BRDE, que patrocina o evento junto com a Agência Nacional do Cinema – Ancine e o Fundo Setorial do Audiovisual - FSA.

 

Saiba mais sobre as palestras

Agende-se para as palestras da Conferência Internacional Besides the Screen, no Cine Metrópolis, na Ufes. Participe! São abertas ao público, gratuitas e com tradução simultânea. E atenção estudantes: tem certificado! Inscrições gratuitas!(clique aqui)

O presente e o futuro da Inteligência Artificial Criativa

Dia 9 de setembro, às 20 horas, no Cine Metrópolis (Ufes).

Fabrizio Poltronieri (Universidade De Montfort, Reino Unido)

O desenvolvimento de sistemas de inteligência artificial avançados nos campos do deep learning e da visão computacional representa um desafio para a arte, a estética e a ética. Ainda que o uso de computadores e técnicas de IA não seja uma completa novidade no mundo da arte, o novo cenário apresenta algoritmos que possuem a liberdade de tomar decisões que até agora haviam sido responsabilidade exclusiva de programadores e usuários. Com o fim da necessidade de programar detalhadamente a lógica por trás da inteligência artificial, teremos sistemas cada vez mais autônomos, aos quais podemos delegar tarefas cada vez mais diversas, inclusive lúdicas e estéticas.

Ainda que a maior parte dos sistemas autônomos de hoje em dia demande a presença humana para a sua programação, parece claro que aparelhos completamente autônomos – ou seja, em busca de autonomia e liberdade – são perfeitamente realizáveis e virão a aparecer pela força do progresso. Dado esse contexto, minha pesquisa reflete sobre o papel da estética num mundo em que o espaço artístico tenha sido completamente automatizado e o ser humano não precise mais sequer tomar decisões, uma vez que até mesmo isso será processado automaticamente por memórias artificiais a velocidades estonteantes.

Fabrizio Poltronieri é um premiado artista computacional, designer, pesquisador, escritor e curador com experiência internacional. Tem interesse nas relações entre Arte, Design, Mídia Digital, Gamificação e Tecnologia. Sua especialidade reside no desenvolvimento de programação criativa e sua relação com questões filosóficas. Atualmente, Poltronieri é membro permanente do IOCT (Instituto de Tecnologias Criativas) da Universidade De Montfort, em Leicester, Reino Unido.

 

Mudando as regras (da indústria) dos jogos: ambientes de trabalho inclusivos em estúdios de jogos mobile

Dia 10 de setembro, às 9h30, no Cine Metrópolis (Ufes).

Virginia Crisp (King’s College London, Reino Unido)

Essa pesquisa considera o modo como certas “reconfigurações dos sistemas audiovisuais e a emergência de novas práticas e políticas midiáticas” podem influenciar as normas de trabalho na indústria dos jogos. O caso dos videogames nos permite examinar como mudanças na tecnologia e na forma podem propiciar práticas de produção que, inadvertidamente, possibilitam ambientes de trabalho mais seguros e solidários, que venham a promover inclusão no lugar de toxidez e precariedade. Na apresentação, serão compartilhados resultados de pesquisa realizada no começo de 2019 sobre a experiência de mulheres que atuam na indústria dos jogos dinamarquesa. Ao contrário do que se costuma reportar sobre as condições de trabalho nesse campo (caracterizadas por uma grande exploração dos empregados), essas mulheres descrevem suas experiências como eminentemente positivas. Partindo desse fato, esse artigo examina quais fatores podem ter contribuído para tais experiências contrutivas, bem como o que outros contextos de trabalho na indústria dos jogos podem aprender com esses ambientes mais inclusivos.

Virgínia Crisp é professora de Cultura, Mídias e Indústrias Criativas no King’s College London e cofundadora da rede Besides the Screen. Ela é autora de “Film Distribution in the Digital Age: Pirates and Professionals” (2015) e coeditora (junto com Gabriel Menotti) de “Practices of Projection: Histories and Technologies" (no prelo) e “Besides the Screen: Moving Images Through Distribution, Promotion and Curation” (2015). Suas pesquisas abrangem a circulação de mídia, exibição cinematográfica, compartilhamento de arquivos e pirataria.

 

O papel da arte na ética e governança em Inteligência Artificial

Dia 10 de setembro, às 10h30, no Cine Metrópolis (Ufes).

Şerife Wong (Icarus Salon, Estados Unidos)

A rápida disseminação de inteligências artificiais em nosso cotidiano tem causado preocupação aos especialistas do campo a respeito dos impactos nocivos que a IA pode ter na sociedade. A proliferação de sistemas automáticos de tomada de decisão levanta questões a respeito de privacidade, responsabilidade, viéses, armas autônomas, manipulação midiática, usos maliciosos e o aumento de desemprego e desigualdade acarretado pela IA. Nos últimos anos, testemunhamos uma multiplicação de instituições tanto públicas quanto privadas que vieram a propor diretrizes de governo, a produzir toolkits industriais e a encabeçar as discussões sobre o desenvolvimento ético da IA. Essa palestra pretende apresentar o ecossistema global explorado no projeto de arte e pesquisa “Fluxus Landscape: Um Panorama da Ética e Governança em Inteligência Artificial”, respondendo a questões tais como: quem são os atores-chaves envolvidos nesse campo e quais tópicos eles têm explorado? Por que é preciso incluir vozes da diversidade e artistas nessas conversas? Quais propósitos pode ter a arte no enfrentamento dos desafios de regulação das inteligências artificiais?

Şerife Wong é artista e ativista envolvida com questões de direito e inteligência artificial. Em 2018, fundou o Icarus Salon, uma iniciativa para fomentar discussões éticas a respeito de tecnologias emergentes. Foi criadora da Impact Residency no Centro de Tecnologia Pier 9 da Autodesk (2015-2018), onde trabalhou com mais de 100 importantes tecnólogos criativos. Também integrou a equipe de desenvolvimento da Electronic Frontier Foundation e o time da Artnet Magazine. Como artista, teve exposições individuais em Nova York, Viena e Cidade do México, e mostrou o seu trabalho em locais como Art Basel Miami, a Feira de Arte de Xangai, FIAC Paris, ARCO Madrid e Art Cologne. Em 2019, foi membro do júri do Ars Electronica para o STARTS, o prêmio da Comissão Européia voltado para Inovação em Tecnologia, Indústria e Sociedade, e esteve no painel consultivo da USAID sobre futuros usos da IA em desafios humanitários. Em parceria com a Universidade de Stanford, Serife lançou recentemente o projeto de arte e pesquisa “Fluxus Landscape: Um Panorama da Ética e Governança em Inteligência Artificial”.

 

Imagens comentam imagens: a produção de vídeo-ensaios sobre Harun Farocki

Dia 10 de setembro, às 15h30, no Cine Metrópolis.

Kevin B. Lee (Merz Akademie, Alemanha)

O realizador Harun Farocki (1944-2014) produziu mais de 120 trabalhos em cinema, televisão e videoarte, mas seu imenso impacto na paisagem midiática ainda não foi completamente apreciado. A partir do seu trabalho como o primeiro artista-residente do recém-inaugurado Instituto Harun Farocki, em Berlim, Kevin B. Lee produziu uma série de vídeo-ensaios sobre o cineasta para o Goethe Institut. O vídeo-ensaio emula a própria estratégia de Farocki de fazer "imagens comentarem imagens" para explorar a sua formidável obra, empregando abordagens contemporâneas como o documentário de desktop e a lexicografia videográfica. Essa apresentação relata os métodos videográficos e algorítmicos usados na produção dessa série.

Kevin B. Lee é um realizador e crítico que produziu mais de 350 vídeo-ensaios explorando o cinema e a mídia, incluindo Transformers: The Premake, indicado como um dos melhores documentários de 2014 pela revista Sight & Sound. Foi artista residente no Instituto Harun Farocki, em Berlim (2017), e na European Media Artist Platform, no m-cult em Helsinki (2018). Foi editor fundador e vídeo-ensaista chefe na Fandor entre 2011-2016, supervisor de produção em Roger Ebert Presents At the Movies, e escritor para o The New York Times, Sight & Sound, Slate e Indiewire. É professor de Crossmedia Publishing na Merz Akademie, em Stuttgart.

 

Mundos Terminais! Realismo computacional e estéticas incoerentes

Dia 10 de setembro, às 17 horas, no Cine Metrópolis.

Alan Warburton (Reino Unido)

Sistemas software de computação gráfica (CGI) estão evoluindo rumo a um paradigma de construção de mundos através de uma sucessão de inovações temporárias. Os algoritmos, funções, atributos e fluxos de trabalho do CGI permitem a produção industrial de simulações coesas, racionais, espetaculares e (fotor)realistas. A maior parte dos indivíduos, no entanto, não possui a capacidade de trabalho ou o capital necessário para apagar os rastros da automação. Em vez de construir mundos, artistas desconstroem e se apropriam da tecnologia para produzir simulações alternativas e mundos terminais, expressando novas [e incorentes] estéticas. A partir da filosofia da técnica, essa apresentação vai delinear como criadores têm experimentado com subsistemas descartados, disparidades técnicas, eficiências temporárias, apêndices técnicos e “invenções incompletas” e mapeado sua “virtualidade aberta”.

Alan Warburton é um artista britânico queer que articula tecnologicamente a produção de curtas-metragens, gravuras, esculturas, modelos 3D, experiências AR e VR. Já expôs suas obras internacionalmente em instituições e festivais, tais como a Photographers Gallery, o Museu de Arte Carnegie, o Festival Transmediale, a Galeria Nacional de Victoria, o Fotomuseum Winterthur, o Ars Electronica, o Museu Austríaco do Cinema, o Southbank Centre e o Barbican. Parte de seu trabalho está na coleção do British Film Institute.

 

Expanded Virtual Puppeteering & O Boneco

Dia 11 de setembro, às 9h30, no Cine Metrópolis.

Luiz Velho (Visgraf/IMPA) e Vida de Oliveira (Cegonha)

Expanded Puppeteering é sobre encontrar mecanismos de conduzir a direção e interpretação de um boneco avatar, em realidade virtual, dando a ele a vivacidade necessária para que se torne verossímil ao espectador. Na busca por tais mecanismos, é preciso entender quais técnicas da prática teatral são adaptáveis e quais precisam ser recriadas no sentido de lidar com as limitações e/ou as novas possibilidades de movimento no ambiente virtual.

Luiz Velho é pesquisador titular do IMPA - Instituto de Nacional Matemática Pura e Aplicada e lider do Laboratorio VISGRAF. Cursou bacharelado na ESDI/UERJ, mestrado no MIT Media Laboratory e doutorado em Ciencia da Computacao na Universidade de Toronto. Foi professor visitante no Courant Institute of Mathematical Sciences da NYU, pesquisador convidado do National Film Board do Canada, do HP Laboratory e da Microsoft Research Asia. Trabalhou na Fantastic Animation Machine em Nova Iorque e na Globo Computacao Gráfica, onde desenvolveu sistemas gráficos.

Vida Oliveira é diretora teatral e dramaturga, mestre em Estudos Contemporâneos das Artes (UFF), bacharel em Artes Cênicas – Dir. teatral (UFBA) e atua profissionalmente desde 2008. Já realizou quatro peças-game e dirigiu diversos espetáculos premiados. Idealizou o “Festival ilusório de peças curtas - um absurdo de teatro” (2009; 2010), o primeiro festival de esquetes de Salvador (BA).

 

Carros autônomos: como robôs autônomos podem afetar a humanidade nos anos vindouros

Dia 12 de setembro, às 9h30, no Cine Metrópolis.

Alberto de Souza (UFES)

Carros autônomos já são uma realidade em muitos lugares do planeta, ainda que de forma não generalizada, pois ainda precisam evoluir um pouco. Outros robôs autônomos, no entanto, como aqueles que operam em grandes armazens de distribuidoras de produtos, já evoluiram a ponto de completamente substituirem humanos em grande parte da operação. O que tem propiciado esta evolução é a Inteligência Artificial, principalmente aquela fundamentada em Redes Neurais Profundas. Vamos conversar sobre o que é autonomia, como conseguimos dá-la a robôs por meio de IA, e sobre como robôs autônomos podem afetar a humanidade nos anos vindouros.

Alberto Ferreira de Souza é professor de Ciência da Computação e Coordenador do Laboratório de Computação de Alto Desempenho (LCAD) da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Ele é Bacharel em Engenharia (Cum Laude) em Engenharia Eletrônica, Mestre em Ciências em Engenharia de Sistemas e Computação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPE / UFRJ), e Ph.D. em Ciência da Computação pelo University College London, Reino Unido. Ele é autor / co-autor de uma patente Norte Americana e de mais de 130 publicações. Foi editor dos anais de seis conferências nacionais e internacionais (três patrocinadas pelo IEEE), é membro permanente do Comitê Gestor da International Conference on Computer Architecture and High Performance Computing (SBAC-PAD) e Senior Member do IEEE.

 

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