Name: ALEXSANDRO DE OLIVEIRA TORRES

Publication date: 16/11/2020
Advisor:

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RAFAEL BELLAN RODRIGUES DE SOUZA Advisor *

Examining board:

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RAFAEL BELLAN RODRIGUES DE SOUZA Advisor *
RAFAEL DA SILVA PAES HENRIQUES Internal Examiner *

Summary: Esta dissertação apresenta discussões sobre como foi noticiada a morte dos 20 jornalistas que estavam no avião da LaMia, que caiu nas proximidades do aeroporto de Medellín, na Colômbia, e vitimou 71 pessoas, entre profissionais de imprensa, a delegação de futebol da Chapecoense e convidados, no dia 29 de novembro de 2016. A presente pesquisa é conduzida por dois objetivos centrais: 1) entender como os jornalistas manifestaram-se nas histórias, identificando de que modo eles expressaram as emoções sobre o ocorrido; 2) compreender como o agente jornalístico foi notado em cena e de que maneira foram enquadradas as narrativas sobre Rafael Henzel, o único profissional da imprensa que sobreviveu ao acidente aéreo. Para responder esses questionamentos, optou-se pelo jornalismo on-line como objeto de investigação, por entender, principalmente, que esta territorialidade digital reúne notícias em formato de textos, fotografias, áudios e vídeos, em constante atualização, que agrupam vasto material acerca da queda do voo. Sob a hipótese de uma sub-retratação da morte dos jornalistas e de uma valorização da retórica de solidariedade à Chapecoense, foram escolhidos como corpus de análise três sites de instâncias jornalísticas que tiveram mais profissionais entre as vítimas fatais do acidente: Foxsports.com.br; Globoesporte.com; e o site da RBS TV. O procedimento metodológico adotado para esta pesquisa foi o enquadramento multimodal, que englobou a análise textual, visual e narrativa de um total de 489 matérias coletadas dos três sites jornalísticos entre 29 de novembro de 2016 a 11 de dezembro do mesmo ano. Primeiramente a metodologia foi aplicada para buscar o entendimento de como foi realizada a cobertura jornalística sobre o acidente aéreo, como um todo, para, em especial, examinar o enquadramento multimodal quanto ao noticiário acerca da morte dos 20 jornalistas. Os resultados obtidos pela investigação evidenciam, mesmo com algumas particularidades entre os três sites, a política de afeto em torno da Chapecoense como a linha dominante das histórias, inclusive com comparações com outras tragédias do mundo dos esportes. Porém, o mesmo procedimento não foi constatado para ressaltar que a morte dos 20 profissionais de imprensa na queda do voo da LaMia representou o maior acidente envolvendo jornalistas brasileiros da história, superando, em números quantitativos, as 14 mortes de profissionais de quatro emissoras de televisão causadas pela explosão de uma aeronave que se chocou com um morro perto da cidade de Macaé, no Rio de Janeiro, em 28 de junho de 1984. Também identificou-se uma dificuldade, ou até um possível desinteresse, da imprensa nacional, de um modo geral, de falar sobre o profissional de outra organização jornalística, dando assim ampla ênfase aos seus próprios funcionários durante o noticiário. Porém, seria impróprio atestar que todos os meios de comunicação de massa desvalorizaram a morte dos jornalistas na queda do voo da LaMia, havendo assim a necessidade de promover mais pesquisas para poder analisar e debater, com mais regularidade, as práticas jornalísticas empregadas pela imprensa brasileira.

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