Encontro de rede - Territorialidade e Éticas sônicas

A rede de pesquisa Territorialidade e Éticas Sônicas integra uma tendência internacional de reflexão sobre a dimensão do sonoro na experiência de vida das pessoas como um elemento decisivo nas relações interpessoais, de poder e nas possibilidades de trânsitos diversos em variados espaços sociais. Envolve mobilidade urbana, geolocalizações sonoras, embates relacionados à música e ao som, conflitos e tensões sobre o som dos espaços de lazer e de trabalho, assim como reflexões sobre as ambiências tecnológicas que permeiam os sons da cidade. Nesse emaranhado, a mesa propõe o aprofundamento do conceito de “ética sonora”, que desvela um espaço conceitual no qual se pode pensar permissões, interdições, conflitos e convivialidades acústicas. A ética sonora não se configura como um receituário de adequações e inadequações, mas a uma plataforma de convite à reflexão em busca de uma convivência mais harmônica entre indivíduos e grupos na urbe.
Encontro de Pesquisa será no dia 02/06 das 14h às 16h na sala 204 do BOB.
Juliana Bastos (UFPB) – Ética sonora e aplicação de projeto piloto em João Pessoa/PB: Apresentação da proposta de trabalho do LABETS – Laboratório de Ética Sonora da UFPB, que investiga questões relativas à poluição sonora e a vítimas de violência acústica, a fim de pensar “Para onde vamos depois da reclamação?”. Importante mencionar que o estudo é do som de maneira ampla, englobando música, poluição sonora, transcendências, marcos, resistências e agências sonoras.
Felipe Trotta (UFF) – Ética sonora no trabalho: A pesquisa “Som e música no trabalho”, financiada pelo CNPq e pela Faperj busca indagar acerca das percepções dos trabalhadores e trabalhadoras sobre a influência desse ambiente acústico em sua percepção de bem-estar, mal-estar e da própria passagem do tempo durante a jornada laboral.
José Claudio Castanheira (UFF) – Tecnologias, modelos de escuta e éticas sonoras: Este trabalho procura pensar como a adoção de diferentes modelos tecnológicos não apenas facilita a disseminação de práticas sonoras disruptivas, mas também normaliza formas de se pensar a escuta contemporânea e suas implicações políticas, sociais e cognitivas.
Pedro Marra (UFES) – Ética sonora e direito à cidade: As grandes cidades, hiperpovoadas de sons intensos, expõem o caráter público do mundo audível e colocam em conflito direitos à cidade (Harvey, 2014) diversos, como os direitos ao descanso, ao lazer, à locomoção e à moradia. Neste contexto, políticas sônicas participativas podem ser um caminho para a formulação de éticas sônicas mais inclusivas.
Silvia Helena Belmino (UFC) – Ética sonora e vivências periféricas: modo de habitar Fortaleza: este estudo investiga as produções de artistas precarizados dos bairros Sapiranga, Jangurussu e Sabiaguaba e a ética sonora no uso de espaços públicos. A pesquisa também destaca como os sons desses bairros influenciam e se integram a produção desses artistas.