ENQUADRAMENTOS NOTICIOSOS CONSTRUÍDOS PELOS PORTAIS G1 E
MUNDO NEGRO SOBRE UM CASO DE RACISMO: VARIAÇÕES DO MESMO TEMA

Nome: ADRIANA AMANTINO DAMASCENO DE SOUZA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 17/02/2023
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
CICILIA MARIA KROHLING PERUZZO Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
CICILIA MARIA KROHLING PERUZZO Orientador
IVONETE DA SILVA LOPES Examinador Externo
RAFAEL DA SILVA PAES HENRIQUES Examinador Interno

Resumo: Estudo sobre o racismo presente no jornalismo brasileiro, que apresenta os
enquadramentos noticiosos construídos pela mídia branca hegemônica
(exemplificada pelo portal G1) e aqueles produzidos pela mídia alternativa negra
(aqui representada pelo canal Mundo Negro) sobre o furto de uma bicicleta
elétrica ocorrido em junho de 2021, no bairro do Leblon, no Rio de Janeiro. O
objetivo é verificar como racismo, violência simbólica e movimento antirracista
se manifestam nos frames jornalísticos escolhidos por G1 e Mundo Negro na
cobertura do caso do furto da bicicleta no Leblon. Questiona-se em que medida
um portal de notícias tradicional gerenciado por indivíduos brancos tem impacto
na cobertura jornalística de casos que envolvem corpos negros, e a necessidade
do fortalecimento de meios de comunicação antirracistas. Em termos
metodológicos, o trabalho foi produzido a partir da articulação entre pesquisa
bibliográfica e estudo de caso, colocando-se em paralelo as 15 matérias que
compõem o corpus (11 do G1 e quatro do Mundo Negro) sobre o furto da
bicicleta, cujas comparações entre coberturas racistas e antirracistas servem de
base para a condução das discussões sobre a importância da construção de
enquadramentos afrocentrados. Buscou-se aproximação com abordagens
teóricas que avalizam a existência do racismo estrutural na sociedade brasileira
e, sobretudo, com pesquisadores que tratam do racismo cometido pela mídia
branca hegemônica contra a população negra, por meio de enquadramentos
estigmatizados, tendenciosos e/ou invisibilizadores. A análise tem seu recorte no período de dois meses após a ocorrência do caso no qual a investigação está centrada, mas eventualmente se estende algum período antes ou depois para apresentar outras manchetes, evidenciando que o racismo midiático está
presente em diversas coberturas construídas pela mídia branca hegemônica. Os resultados da pesquisa ratificam que o enquadramento construído pelo portal G1 originou uma cobertura protocolar, com viés implicitamente racista, enquanto o canal Mundo Negro cobriu o caso de maneira mais engajada, com claras inclinações antirracistas.

Acesso ao documento

Transparência Pública
Acesso à informação

© 2013 Universidade Federal do Espírito Santo. Todos os direitos reservados.
Av. Fernando Ferrari, 514 - Goiabeiras, Vitória - ES | CEP 29075-910