O ENQUADRAMENTO JORNALÍSTICO DAS MATÉRIAS DE VIOLÊNCIA CONTRA
A MULHER E O TRABALHO DAS JORNALISTAS DA GAZETA ES

Nome: YARA KAROLINNE SOUSA LOPES
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 30/08/2021
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
RAFAEL BELLAN RODRIGUES DE SOUZA Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
PAULA MELANI ROCHA Examinador Externo
RAFAEL BELLAN RODRIGUES DE SOUZA Orientador
RAFAEL DA SILVA PAES HENRIQUES Examinador Interno

Resumo: O trabalho levanta uma discussão em relação ao que a imprensa brasileira
apresenta nas matérias de violência contra a mulher que veicula, observando o
enquadramento que é feito. A intenção foi analisar o enquadramento, a fim de
entender se pautar o já significaria uma vitória para as lutas de gênero, com um rompimento da hegemonia machista, patriarcal e misógina existente na sociedade em contexto capitalista, ou se os textos trazem na verdade uma manutenção da hegemonia e do status quo. Foi buscado também entender como se dá o trabalho das mulheres que criam este conteúdo, para ver os dois lados dessa história e chegar a uma compreensão mais ampla dos resultados que chega ao público, fazendo entrevistas com repórteres que atuam e atuavam no veículo de comunicação. Assim, foram analisadas 20 matérias da Gazeta, 12 de 2019, em sua maioria no caderno policial, e 8 de uma nova editoria criada pelo jornal chamada Todas Elas, que segundo o que foi publicado por eles tem como objetivo fazer uma abordagem diferente dos assuntos de gênero. Para buscar essa compreensão, fez-se primeiro um panorama sobre jornalismo, poder, hegemonia e contra-hegemonia
na sociedade capitalista, a partir de Genro Filho (2012), Moraes (2018), Kohan
(2001) e Coutinho (2008). A partir de Entman (1993), analisamos as matérias sob a ótica do enquadramento jornalístico, ou News framing. Para embasar a análise em relação ao gênero, utilizamos o feminismo marxista com autoras como Davis (2016) e Gago (2020). No caso do trabalho e em especial do trabalho das jornalistas, autores como Marx (2017) e Fígaro (2015) nortearam o trabalho. A partir da análise de enquadramento, ou news framing, e das entrevistas feitas com as mulheres percebeu-se que ainda existe reprodução de traços machistas, racistas e classistas nas matérias sobre violência contra a mulher, mas que isso é resultado tanto dos interesses que existem no veículo de massa quanto da própria socialização das pessoas, inclusive as trabalhadoras. Mas que mesmo com este resultado, é possível
acreditar em novos caminhos e possibilidades de produzir informação jornalística diferente e transformadora.

Palavras-chave: Mídia. Jornalismo. Hegemonia. Violência contra a mulher. Gênero.

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